Se você está preocupado com a possibilidade de perder o BolsaFamília por causa do BPC, ou vice-versa, saiba que sua preocupação é válida e compartilhada por milhões de brasileiros.
As mudanças trazidas pelo Decreto nº 12.534/2025 criaram muitas dúvidas sobre quem recebe BPC pode receber Bolsa Família e como esses benefícios se relacionam agora.
Neste artigo, vamos esclarecer todas as suas dúvidas sobre BPC e Bolsa Família, explicando de forma clara e simples o que mudou e como proteger sua família.
Vamos entender juntos como o novo decreto afeta sua vida, quanto sua família pode receber e, principalmente, como manter os dois benefícios.
É possível receber Bolsa Família e BPC ao mesmo tempo?
A boa notícia é queainda é possível receber os dois benefícios ao mesmo tempo.
Mas aqui vem a parte importante: agora está mais difícil conseguir essa acumulação.
Isso porque o governo mudou a forma de calcular a renda familiar na hora de verificar quem tem direito ao BPC.
Antes, o Bolsa Famílianão entrava na conta para definir se você tinha direito ao BPC mas agora entra.
Isso significa que muitas famílias que antes conseguiam receber os dois benefícios podem ficar de fora.
Família brasileira reunida na porta de casa
Vamos entender isso melhor?
Imagine que sua família recebe R$ 600 do BolsaFamília.
Antes do Decreto 12.534/2025, esse valor não contavacomorenda para o cálculo do BPC. Agora conta!
E se a soma de toda a renda da família, incluindo o Bolsa Família, dividida pelo número de pessoas, passar de 1/4 do valor do salário mínimo, ou seja R$ 379,50 por pessoa em 2025, você pode perder o direito ao BPC.
Como era antes do Decreto 12.534/2025 e o que mudou?
Em 25 de junho de 2025, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva modificou algumas regras do BPC por meio do Decreto nº. 12.534/2025.
Antes do decreto era bem mais fácil receber Bolsa Família e BPC ao mesmo tempo. Vamos entender o que mudou?
Primeiro vamos entender o requisitoderenda do BPC:
O governo usa um critério simples de renda por cada pessoa da família: para ter direito ao BPC, cada pessoa da sua família que vive na mesma cada de quem está fazendo o pedido precisa viver com menos de 1/4 do salário mínimo por mês, ou seja R$ 379,50, considerando o salário mínimo atual de R$ 1.518,00 em 2025.
Idosa contemplativa na janela usando camiseta azul com flor
Como saber se sua família se encaixa no critério de renda do BPC?
É simples! Você vai somar todo o dinheiro que entra em casa (incluindo o bolsafamília) e dividir pelo número de pessoas que moram com você.
E aqui vem o detalhe do decreto novo: agora o BolsaFamília também entra nessa conta.
Essa é uma mudança que passou a valer a partir de junho de 2025 e que pode prejudicar muita gente porque até junho de 2025, o BolsaFamília era protegido por uma regra especial.
Isso significa que os R$ 600 (ou qualquer valor) do BolsaFamília não eram considerados como renda da família na hora de pedir o BPC. Era como se esse dinheiro fosse “invisível” para o cálculo.
Vou te mostrar um caso de como o decreto pode prejudicar muitas famílias.
Maria é mãe solteira de três filhos: Pedro (15 anos), Ana (12 anos) e João (8 anos, autista). Ela trabalha como diarista e é a única que traz dinheiro para casa.
Os filhos contam como família porque são menores de idade, solteiros e moram sob o mesmo teto, pois essa é a regra do BPC.
Maria ganha R$ 1.000 por mês fazendo faxinas.
Além disso, a família recebe R$ 600 do BolsaFamília.
Não tem pensão do pai, não tem ajuda de parentes, não tem aluguel. É só isso mesmo.
Antes do decreto, Maria podia pedir o BPC para João:
Contava só os R$ 1.000 do trabalho para o critério de renda do BPC:
R$ 1.000 ÷ 4 pessoas = R$ 250 por pessoa
Resultado: Dentro do limite! João teria direito ao BPC.
Depois do decreto, a realidade mudou:
Agora conta R$ 1.000 + R$ 600 do BolsaFamília = R$ 1.600
R$ 1.600 ÷ 4 pessoas = R$ 400 por pessoa
Resultado: Passou do limite de R$ 379,50! João não tem mais direito ao BPC, apesar de sua condição de pessoa com TranstornodoEspectroAutista (TEA).
Pessoa com deficiência e avós consultando informações sobre o BPC LOAS no celular
O único valor que não entraria nessa conta seria se João já recebesse o BPC, aí sim, esse benefício seria desconsiderado.
Mas como estão tentando conseguir o primeiro BPC da família, todo o resto conta. É por isso que o decreto deixou maisdifícil para famílias que dependem do BolsaFamília.
Viu como a mesma família que antes tinha direito ao BPC agora pode não ter mais?
Por isso é tão importante fazer essa conta antes de dar entrada e guardar todos os comprovantes, porque na hora de pedir o benefício você precisa provar cada centavo.
Mas atenção: nem tudo está perdido!
Se sua renda ficou próxima do limite, como no caso da Maria, você pode procurar a Justiça.
Os juízes podem flexibilizar esse critério quando fica provado que a família realmente precisa.
Você vai precisar mostrar gastos com remédios, tratamentos, alimentação especial, ou seja, tudo que comprove a necessidade real. Muitas famílias conseguem o BPC na Justiça mesmo passando um pouco do limite!
O BPC LOAS é um benefício essencial para muitas famílias de pessoas com autismo.
Ele proporciona suportefinanceiro às famílias que enfrentam desafios diários devido ao TranstornodoEspectroAutista (TEA).
Neste artigo, vamos explorar comoconquistar o BPC, os requisitos necessários e os passos para solicitar.
Você vai entender a importância desse benefício e como ele pode fazer a diferença na vida de quem precisa.
Ao final da leitura, você terá todas as informações de que precisa para garantir esse auxílio que é um direito de muitos.
Mãos unidas segurando recorte de papel com família – a união familiar é essencial no processo de solicitação do BPC para autistas. O benefício pode representar segurança e estabilidade para toda a casa.
O que é o BPC?
O BPC, que significa Benefício de Prestação Continuada, é um benefício assistencial. Ele é garantido pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) e pago pelo INSS.
Este benefício garante um salário mínimo por mês para pessoas idosas com 65 anos ou mais e para pessoas com deficiência, incluindo autistas.
Para receber o BPC, é preciso estar em situação de pobreza (chamada de vulnerabilidade econômica).
Muitas pessoas pensam que o BPC é uma aposentadoria mas na realidade ele é um benefício assistencial. Diferente da aposentadoria, o BPC:
Não exige contribuições anteriores ao INSS;
Não prevê pagamento de 13º salário;
Não gera direito pensão por morte os dependentes.
É, portanto, uma forma de garantir mínima dignidade a quem não possui meios financeiros de manter sua vida.
Para pessoas com TranstornodoEspectroAutista (TEA), esse benefício é muito importante.
Ele ajuda com os custos de tratamentos, terapias e cuidados especiais que as famílias precisam.
De acordo com o Portal da Transparência do Governo Federal, mais de 6,2 milhões de brasileiros recebem o BPC todo mês. Isso mostra como esse benefício é importante.
Quem tem direito ao BPC para autismo?
O Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº. 13.146/2015) reconhece o Transtorno do Espectro Autista (TEA) como uma condição de deficiência, o que garante às pessoas com autismo o direito de receber o BPC – LOAS.
As pessoas com autismo podem receber o BPC caso cumpram os requisitos deste benefício
Requisitos para conseguir o BPC LOAS para autistas
Para receber o BPC LOAS e garantir o recebimento de um salário mínimo mensal, a pessoa com autismo precisa:
Ter diagnóstico e laudo médico comprovando o Transtorno do Espectro Autista (TEA), contendo a Classificação Internacional de Doenças (CID) e descrição clara dos impedimentos de longo prazo (de natureza física, mental, intelectual ou sensorial) que dificultam sua participação plena e efetiva na sociedade.
Comprovar que a renda familiar por pessoa é menor do que 1/4 do salário mínimo vigente. Em 2025, com o salário mínimo em R$ 1.518,00, o valor máximo permitido por pessoa é de R$ 379,50.
Passar por avaliaçãomédica e social no INSS:
A perícia médica irá avaliar os impedimentos causados pela condição e comprovação do diagnóstico;
A avaliaçãosocial, realizada por assistentes sociais, considera o contexto familiar, de vida e as condições econômicas;
Ter inscrição ativa no CadÚnico com dados atualizados;
A família deve ter inscrição CadÚnico (feito no CRAS – Centro de Referência de Assistência Social);
O cadastro deve ser atualizado a cada dois anos.
Não receber outro benefícioassistencial ou previdenciário;
Porém, é possível que mais de um membro da mesma família receba o BPC, desde que a renda total não ultrapasse o limite por pessoa de 1/4 do salário mínimo.
Menina com tranças roxas segurando coração com peças de quebra-cabeça – Autismo é uma condição do neurodesenvolvimento que exige atenção individualizada. O BPC pode ser um importante suporte para o desenvolvimento da criança.
Qual o grau de autismo que dá direito ao benefício do INSS?
O graudeautismo não é realmente importante para definir se alguém pode ou não receber o BPC.
Isso porque, para o INSS o que deve ser considerado é a comprovação de que a pessoa apresenta impedimentos de longo prazo que dificultam sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições.
A avaliaçãomédicae social feita no INSS irá determinar se as limitações causadas pela pessoa são significativas nas suas atividades diárias como comunicação, interação social, autonomia e aprendizado.
Após a análise da documentação juntada no momento do pedido do benefício e estas avaliações feitas pelos peritos e assistentes social do INSS, caso fique comprovado que todos os requisitos foram cumpridos, o BPC será concedido.
Por isso, não importa o grau de autismo apresentado. Isso porque o INSS irá avaliar cada caso para verificar se todos os requisitos foram cumpridos.
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O que importa para o INSS na hora de conceder o BPC é que a pessoa se enquadre no critério de baixa renda e comprove que o autismo dificulta as atividades do dia-a-dia; Por isso, mesmo pessoas com autismo leve podem ter direito de receber o BPCLOAS se cumprirem os requisitos.
Como funciona o pagamento do BPC?
Visando contribuir com as pessoas autistas de baixarenda, a lei define o BPC como um dos direitos do autista, seja criança, jovem, adulto ou idoso.
O BPC para pessoas com autismo é um auxíliofinanceiromensal no valor de um saláriomínimo (R$ 1.518,00 em 2025), pago diretamente pelo governo federal por meio do INSS.
Principais características:
É pago em 12parcelas por ano (não tem décimo-terceiro);
Não é transferido em caso de falecimento do beneficiário (não gera pensãopormorte);
Não exige nenhuma contribuição ao INSS;
Pode ser mantido por toda a vida, desde que os critérios (baixarenda e condição de deficiência) sejam atendidos.
⚠️ Atenção: Se a renda da família aumentar e ultrapassar o limite permitido (¼ do salário mínimo por pessoa), o benefício pode ser suspenso ou cancelado.
Menina com peças de quebra-cabeça coloridas nas mãos, cobrindo os olhos – O símbolo do autismo reforça o cuidado, o respeito e a inclusão. O BPC-LOAS ajuda a garantir dignidade e acesso a tratamentos para pessoas com autismo.
Como Fazer o Pedido do BPC LOAS para Autistas?
Existiu um tempo em que fazer o pedido de um benefício no INSS simples porém, atualmente, os pedidos ao INSS devem ser feito com muito cuidado.
Isso porque se no requerimento ao INSS não estiverem demonstrados, de forma clara, todos os requisitos do benefício, o INSS irá negar o pedido, mesmo nos casos em que a pessoa tem direito de receber.
Para ter sucesso no seu pedido de BPCLOAS ao INSS é fundamental juntar documentos suficientes que comprovem cada um dos requisitos exigidos pela lei.
Além disso é preciso preencher com atenção cada um dos campos do requerimento e anexar os comprovantes corretamente.
Outro ponto muito importante é ter o CadÚnico atualizado antes de fazer o pedido.
Para evitar respostas negativas do INSS e aumentar suas chances de receber o BPC no primeiro pedido, busque ajuda jurídica.
Assim, você garante que seu pedido seja feito corretamente desde o começo.
Como solicitar BPC por autismo passo a passo
Para solicitar o BPCLOAS para pessoas com autismo, é necessário seguir com muita atenção os seguintes passos, além de juntar ao pedido documentos que comprovem o cumprimento dos requisitos da lei:
Acesse o portal Meu INSS: Entre no site do Meu INSS e clique em “Entrar com gov.br”, informe seu CPF e senha para fazer login.
Faça um novo pedido Use a lupa ou clique em “Novo Pedido”, digite “Benefício assistencial à pessoa com deficiência”, selecione o serviço correspondente e siga as orientações.
Atualize seus dados de contato Verifique se telefone e e-mail estão corretos, pois o INSS usará essas informações para se comunicar com você. Depois, marque a opção de autorização de uso dos dados.
Preencha as informações do grupo familiar Declare todas as pessoas que vivem na mesma casa, com nome, parentesco e estado civil. O sistema verificará se o CadÚnico está atualizado — se não estiver, será necessário procurar o CRAS.
Detalhe os gastos com a deficiência Indique se há despesas médicas, assistenciais ou psicológicas que não são cobertas pelo governo e que comprometem a renda da família. Caso tenha gastos por conta do autismo, anexe comprovantes dos últimos 12 meses.
Preencha os dados do requerente Informe com cuidado todos os dados da pessoa com deficiência, adicione telefone e e-mail atualizados e anexe os documentos solicitados.
Escolha uma unidade do INSS Informe seu CEP para localizar a agência mais próxima da sua casa e escolha a unidade para vincular o benefício e onde deseja receber o pagamento caso seja aprovado.
Confirme os dados Revise todas as informações do pedido, marque a caixa de concordância e finalize o envio.
Avaliação social e Perícia médica para BPC LOAS Após enviar o pedido, será necessário agendar a avaliação social e a perícia médica.
Avaliação Social: Escolha a agência do INSS, data e horário disponíveis e responda se há alguma limitação de locomoção. Se você não puder agendar na hora, é possível voltar depois no menu “Consultar Pedidos”.
Perícia Médica: Agende separadamente a perícia médica. Se não houver vaga na sua unidade escolhida, o sistema indicará outra agência próxima.
Advogada previdenciarista organizando documentos com clipes coloridos – Documentos organizados para o pedido do BPC-LOAS. É fundamental reunir relatórios médicos, laudos e comprovantes de renda familiar para solicitar o benefício.
Quais são os documentos necessários para pedir BPC LOAS para autistas?
Você precisa juntar todos os documentos que comprovem o critério econômico de baixarenda, além de documentos médicos e psicológicos que atestem que a condição de autismo do requerente traz maiores dificuldades para o dia-a-dia.
Os documentos necessários para fazer o pedido do BPC LOAS no INSS são:
Comprovante de gastos do grupo familiar (luz, água, aluguel, etc);
Comprovante de renda de todas as pessoas da família (que residem na mesma casa);
Exames e laudos médicos e psicológicos que comprovem o diagnóstico de TranstornodoEspectroAutista (TEA);
Comprovante de gastos com medicamentos e tratamentomédico, se houver.
Quanto tempo demora para sair o BPC LOAS para autista?
O prazo para o INSS decidir sobre o BPC é de 45 dias contados após a realização da perícia médica.
Este prazo pode ser estendido por mais 45 dias, somando 90 dias no total.
Além disso, o tempo de análise e início do pagamento do benefício pode variar conforme a situação de cada requerente.
Se o INSS verificar que há alguma pendência de documentação ou a necessidade de outras informações, irá abrir uma exigência no seu processo administrativo com um prazo para cumprimento.
Caso as exigências do INSS não sejam cumpridas no prazo, seu pedido será negado.
Em muitos casos este prazo de 90 dias acaba se estendendo devido a pendências, falta de profissionais para avaliação ou alta demanda de requerimentos.
Para evitar atrasos, é fundamental manter todos os dados do CadÚnicoatualizados e apresentar a documentaçãocompleta.
Aplicativo Meu INSS na tela de um celular – O pedido do BPC-LOAS pode ser feito online, pelo aplicativo Meu INSS. É importante manter os dados atualizados no CadÚnico e acompanhar o processo de concessão.
Como acompanhar o pedido do BPC no INSS
Acompanhar o andamento do seu pedido no INSS é muito simples.
Você pode verificar se há atualizações no seu caso por meio do site ou aplicativo MeuINSS, seguindo estes passos:
Acesse o portal Meu INSS.
Clique em “Consultar Pedidos” para verificar o status do seu requerimento.
O que acontece quando o BPC é negado?
Receber uma resposta negativa do INSS após pedir o BPCLOAS pode ser muito desanimador, especialmente quando a pessoa realmente precisa do auxílio.
Mas essa resposta negativa do INSS não significa que tudo está perdido, ou seja, essa decisão não é definitiva.
Na verdade, é bem comum que o INSSnegue vários pedidos, inclusive para que temdireito de receber o benefício.
De qualquer maneira, após a decisão que negou seu pedido de BPC é possível recorreradministrativamente (ao próprio INSS e pedir que revise sua decisão) ou judicialmente (por meio de uma ação na justiça).
Porque o INSS nega LOAS para autistas?
Geralmente, os pedidos são negados porque o INSS entendeu que um ou mais requisitosnãoforampreenchidos, por isso os motivos mais comuns são:
Rendafamiliar acima do limite permitido (1/4 do salário mínimo por pessoa);
Falta de inscrição ou cadastro desatualizado no CadÚnico;
Laudomédico inconclusivo ou que não comprove impedimento de longo prazo;
Documentação incompleta ou divergente;
Falta de informações na avaliação social;
Ausência em alguma das avaliações exigidas (médica ou social).
O que fazer quando o pedido do BPC é indeferido?
Após receber uma resposta negativa do INSS, você tem duas formas de tentar reverter a decisão e conquistar seu benefício:
Recurso administrativo no INSS Você pode entrar com um recursoadministrativo no INSS, no prazo de 30 dias após a resposta negativa.
Ação judicial Se o recurso administrativo também for negado, ou se você quiser uma solução mais robusta, é possível ingressar com uma ação judicial para conquistar o seu BPC LOAS.
Mãe e filho com autismo em momento de carinho. O BPC-LOAS pode proporcionar mais tranquilidade às famílias que enfrentam desafios diários com amor e dedicação.
Como aumentar suas chances de conseguir o BPC para autistas?
Para evitar que o INSS negue seu pedido é importante:
Atualizar o CadÚnico com todas as informações da família;
Reunir laudos médicos completos, com descrição clara das limitações funcionais e sociais causadas pela condição da pessoa (autismo, deficiência etc.);
Solicitar relatórios de terapeutas, médicos, escolas e profissionais da assistência social que conhecem a realidade do solicitante;
Juntar todos os comprovantes de gastos com medicamentos, tratamentos, alimentação especial, transporte etc.;
Buscar ajuda jurídica especializada.
O processo de solicitação do BPC no INSS envolve diversas etapas técnicas, exigências documentais e avaliações rigorosas — o que pode causar dúvidas, insegurança e até negativas injustas.
Por isso, contar com o auxílio de um advogado especializado em direito previdenciário pode fazer toda a diferença na hora de conquistar o seu BPC.
Se você está se planejando para se aposentar ou pedir algum benefício do INSS, é essencial entender a diferença entre tempo de contribuição e carência.
Esses dois conceitos, apesar de parecidos, podem mudar completamente o seu direito aos benefícios da previdência social.
A carência está relacionada ao pagamento das contribuições ao INSS emdia; ou seja para que seus pagamentos contem para fins de carência, é necessário que sejam realizados dentro do prazo.
Por isso, as pessoas que sempre trabalharam com carteira assinada e sempre tiveram contribuições feitas com base no salário mínimo geralmente não tem problemas com a carência.
Já o tempo de contribuição é o tempo total que a pessoa contribui ao INSS, independentemente da forma de pagamento dessas contribuições.
Neste artigo, explicaremos de forma clara as diferenças entre carência e tempodecontribuição. Entender essa diferença é muito importante para quem quer se aposentar ou receber algum benefício do INSS.
O que é tempo de contribuição?
O tempo de contribuição é o período total em que um trabalhador ou trabalhadora contribuiu ao INSS, de forma contínua ou não, independentemente de quando e como foram feitas essas contribuições.
Como o tempo de contribuição é contado?
A contagem pode ser feita:
Em dias, meses e anos, calculados a partir do pagamento da contribuição à previdência, seja por causa de um trabalho com carteira assinada ou como autônomo através da Guia da Previdência Social (GPS);
Considerando o começo e fim de cada período de trabalho ou contribuição;
Pagamentos feitos com atraso também podem valer, desde que sejam regularizados conforme a lei (existem algumas exceções após a Reforma da Previdência).
Para que serve o tempo de contribuição?
Esse tempo serve para várias coisas importantes no INSS:
Mostrar se você já trabalhou tempo suficiente para pedir aposentadoria ou outros benefícios;
Definir quanto você vai receber, pois quem contribuiu por mais tempo geralmente ganha um valor maior;
Verificar se você tem direito às regras antigas da Previdência, que podem ser melhores para quem já cumpriu certos requisitos antes da Reforma.
📌 Exemplo prático:
Se uma pessoa trabalhou por 10 anos com carteiraassinada, depois ficou 5 anos sem contribuir e voltou a contribuir por mais 10 anos, seu tempodecontribuição total será de 20 anos — mesmo com pausas entre os períodos de contribuição.
O que é carência?
A carência é o número mínimo de contribuições mensais (feitas dentro do prazo) exigidas para que o segurado tenha direito a determinados benefícios previdenciários.
É uma regra criada para evitar que pessoas paguem ao INSS só quando querem receber algum benefício. Por isso, a carência exige que você contribua regularmente por um período mínimo, antes de poder pedir alguns benefícios da previdência.
Como a carência é contada?
A carência é contada:
Em meses de contribuição (competências);
Mês a mês, sendo necessário que cada contribuição tenha sido feita dentro do prazo legal;
Em geral, não é contada quando o segurado faz pagamentos atrasados ao INSS.
🟡 Importante: Um mês só será considerado válido para carência se a contribuição foi recolhida até a data de vencimento e em valor igual ou superior ao salário mínimo vigente na época.
📌 Exemplo prático:
Se um trabalhador pagou 12 contribuições mensais, em dia e com valor acima do salário mínimo, ele terá 12 meses de carência. Mas, se esta mesma pessoa trabalhou por 12 meses mas recolheu INSS em dia apenas em 11 meses, sua carência será de 11 meses.
As diferenças entre tempo de contribuição e carência
Característica
Tempo de Contribuição
Carência
Forma de contagem
Dias, meses e anos (tempo total trabalhado)
Número de contribuições recolhidas dentro do prazo
Pagamento em atraso
Pode ser considerado, se regularizado
Em regra, não conta para a carência
Finalidade principal
Verificar requisitos para aposentadoria
Exigir regularidade no pagamento ao INSS
Flexibilidade
Mais ampla: permite incluir diversos vínculos
Mais restrita: depende do recolhimento correto
Variação entre benefícios
Pode não ser exigido para alguns auxílios
É obrigatório para a maioria dos benefícios
Qual é mais importante?
Ambos são igualmente importantes, mas a carência costuma ser o maior obstáculo prático enfrentado por trabalhadores na hora de solicitar a aposentadoria ou benefícios como auxílio–doença ou salário-maternidade.
É muito comum que o trabalhador tenha tempo de contribuição suficiente, mas perca o direito ao benefício por não ter completado a carência mínima exigida, por ter feito contribuições fora do prazo ou em valor inferior ao mínimo.
🔎 Exemplo real:
Márcio contribuiu para a previdência durante 15 anos como autônomo, no total. Durante esse período ele realizou a maior parte dos pagamentos dentro do prazo, mas pagou em atraso as contribuições de 12 meses.
Nesse caso, Márcio terá 15 anos de tempo de contribuição (180 meses), porém, terá apenas 168 meses para fins de carência.
Resultado: mesmo tendo 15 anos de contribuição, Márcio não conseguirá se aposentar por idade pois não tem os 180 meses de carência válidos e precisará cumprir o tempo faltante, realizando pagamentos ao INSS dentro do prazo de cada mês.
Conclusão
No planejamento da aposentadoria ou de qualquer benefício do INSS, é fundamental entender que:
Tempo de contribuição diz respeito ao quanto você contribuiu ao longo da vida;
Carência diz respeito ao mínimo de meses pagos no prazo e corretamente.
Fazer essa distinção evita frustrações e surpresas na hora de pedirseubenefícionoINSS e ajuda a tomar decisões mais seguras — como a necessidade de complementar contribuições ou planejar sua vida com segurança.
Se você está em dúvida sobre como está a sua carência ou se quer verificar se tem direito a algum benefício do INSS, faça uma análise completa do seu CNIS e histórico de contribuições com o apoio do nosso time especializado em direito previdenciário.